FRASE:

FRASE:

"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A LOTERIA DA VIDA

Lá vou eu, em mais uma ridícula tentativa de entender ou explicar coisas básicas que fluem a todo instante...
Algumas pessoas defendem o ponto de vista de que “nosso destino está traçado”, e não podemos jamais fugir dele...
Contudo, por diversos motivos, não posso aceitar essa tese.
Primeiramente, não temos meios de comparar o que aconteceu com o que não aconteceu: não temos formas de saber o que teria acontecido se tivéssemos feito escolhas diferentes em determinados momentos passados.
Simplesmente, não podemos retornar a uma encruzilhada e escolher uma opção diferente daquela já feita, anulando o percurso desde o momento da escolha até agora.
Não podemos voltar a uma "encruzilhada do tempo" e fazer nova escolha...O que está feito, está feito...


Para mim, isto invalida a tese e impede que se chegue a alguma conclusão baseada em experimentos científicos. A partir daí, só nos resta tentar conjeturar por vias filosóficas...
Vejamos então: supondo que nossa linha de tempo é como água correndo pelo leito de um rio já existente, e não importa o que façamos, o fluido seguirá por todas as curvas, até ao fim do curso. Mas, para que somos dotados de livre-arbítrio e capacidade de escolha, se no final tudo vai dar no mesmo?
Se nossas escolhas são nulas, para que nos servem?
Se acreditarmos que o universo não é obra do acaso, teríamos que admitir que, no mínimo, o criador carece de imaginação, nos privando de qualquer possibilidade de escolha. Isto seria um procedimento limitador e restritivo, contrariando a expectativa que temos de uma inteligência superior, sempre buscando criar novas alternativas...
Desta forma, correndo o risco de desagradar a alguns leitores, eu prefiro acreditar que nosso futuro depende do somatório das escolhas que fazemos no presente + as escolhas que os outros seres fazem + o curso de outros eventos aleatórios, completamente fora de nosso controle.
Essa combinação cria situações praticamente imprevisíveis, a não ser para pessoas que sejam dotadas de dons premonitórios, se acreditarmos que tais pessoas existam (me parece que sim).
Assim, acredito mais na suposição de que a vida é como uma loteria, onde apostamos a cada instante um novo bilhete.
Do contrário, tudo seria apenas um jogo com cartas marcadas, e resultado já definido antecipadamente.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

VISITANTE FORÇADO

O orçamento da NASA para 2014 inclui verbas para um projeto de capturar um asteroide próximo da Terra e traze-lo em segurança para as vizinhanças do sistema Terra-Lua, onde ficaria em órbita lunar, e poderia ser visitado e explorado por astronautas, a partir da estação espacial internacional.
A nave coletora seria dotada de uma espécie de saco sanfonado, que “engoliria” o asteroide e depois seria rebocado até a orbita escolhida.
Para assistir a um vídeo da NASA sobre este projeto, clique aqui.
Os mentores do projeto acreditam que o contato com o corpo celeste pode acrescentar informações para planejar a defesa contra futuros impactos, e também fornecer dados para futuras missões até o planeta Marte.
Esperemos que esses senhores saibam o que estão fazendo e que esse asteroide, apesar de ser de pequeno porte, não seja “esquecido” próximo da Terra, a exemplo dos 330 milhões de objetos classificados como lixo espacial que orbitam nosso planeta.

A terra está cercada de detritos por todos os lados (os objetos aparecem aqui fora de escala)
Esses objetos incluem: ferramentas e equipamentos perdidos ou descartados durante missões, satélites desativados, estágios de foguetes descartados, tanques de combustível e destroços resultantes de colisões em órbita.
A NASA catalogou apenas os maiores, cerca de 500.000!

domingo, 7 de abril de 2013

O BÓSON DE NOVO...


Alô, minha gente, volto cheio de saudade, reunindo as forças que começam a retornar, qual Superman afastado da kryptonita.
Nesta manhã de domingo, leio nas páginas de uma revista a interessante entrevista com a cientista italiana Fabiola Gianotti, líder da equipe que, através de experimentos no LHC (Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hádrons ou "Trapizonga" como prefere meu amigo Jair), se acredita ter descoberto o tão procurado Bóson de Higgs, em julho de 2012.

Fabiola Gianotti, no túnel do LHC: para ela, o Nobel deveria ser compartilhado por todos os que participaram da pesquisa.


Como costuma acontecer no campo da ciência, novas descobertas geralmente trazem muito mais perguntas do que respostas.
Quanto mais avançou a ciência no século XX, mais questões surgiram, e as soluções às vezes custam muito a aparecer. Muita coisa que “não batia” com as equações da física colocava os cientistas num dilema: ou existem alguns fatores ainda não detectados atuando sobre o universo, ou as equações estão simplesmente erradas!
E, nesta última hipótese, teríamos que jogar no lixo todas as teorias formuladas até aqui, pois todas estariam baseadas em equações sem fundamento ou incompletas!
Recentemente, se chegou a surpreendente conclusão de que o somatório das massas dos corpos celestes observáveis e mesmo presumíveis no universo não explicaria certos eventos ligados à sua formação e comportamento.
Entretanto, para alívio da ciência, novas técnicas de observação detectaram uma nova entidade, a tal “matéria escura”, que constituiria nada menos de 95% da massa universal, e assim justificaria certos efeitos já observados.
Mas, outras incompatibilidades entre diversos campos da ciência careciam de um fator de relacionamento, cuja influência podia ser observada mas dificilmente medida. Daí veio a ideia de que deveria existir uma partícula subatômica ainda desconhecida que explicasse determinadas interações e efeitos.
E a essa esperada partícula foi dado o nome de Bóson de Higgs, em homenagem ao cientista Peter Higgs, que propôs a sua existência. Partículas subatômicas podem ser difíceis de ser detectadas, daí a necessidade de engenhocas incrivelmente gigantescas e caras como o LHC (Trapizonga), um acelerador de partículas que se extende por uma circunferência de 27 km.
O LHC: um tunel circular de 27 km, na fronteira franco-suiça.


As partículas são aceleradas a velocidades incríveis através do túnel do LHC, até colidirem com um obstáculo colocado no seu caminho. Esta colisão gera determinados efeitos, como o surgimento de novas partículas, algumas das quais duram apenas frações de segundo, mas são registradas por equipamentos ultra-sensíveis acoplados ao LHC.
Perguntada sobre uma provável indicação para o premio Nobel da Física, por ter chefiado a equipe de mais de 3.000 cientistas empenhados nos experimentos dirigidos para a busca do bóson, Fabiola Gianotti disse ser mais importante enfatizar a união de cientistas de 38 países, inclusive parcerias improváveis, como Israel e Palestina, em torno de um único objetivo. Para ela, seria mais adequado que mudassem as regras do premio Nobel e que os agraciados fossem todos os cientistas que se envolveram nesta causa comum, começando por Peter Higgs.
 Apenas mais um degrau na imensa escadaria...

Segundo a cientista italiana, esta porta que se abre já projeta outras novas questões, como uma teoria já batizada de “supersimetria”, que estabeleceria que a partícula descoberta não foi “o” Bóson de Higgs, mas “um” dos Bósons de Higgs, e pressupõe que haveriam pelo menos cinco diferentes tipos de bósons! Lá vamos nós outra vez!
Como se vê, quanto mais descobrimos compartimentos secretos deixados pelos cantos do universo, mais possibilidades e dúvidas encontramos para pesquisar e esclarecer.
Enfim, acabamos de galgar mais um degrau nessa imensa escadaria que se estende para o infinito.