FRASE:

FRASE:

"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

FILME: O VOO DA FÊNIX (1965)

Antigamente, ainda não dispunhamos das fantásticas técnicas atuais da computação gráfica e nem dos sofisticados efeitos especiais dos anos 80. 
Assim, às vezes o que assistíamos em filmes era algo que fora executado na verdade, com alguns pequenos retoques.
O VOO DA FÊNIX (The Flight Of The Phoenix – EUA - 1965 – 142 min.- cor) me emocionou mais quando eu soube o que aconteceu na sua produção.
A história começa de forma banal: pouco tempo após a II Guerra Mundial, um velho avião cargueiro excedente das forças armadas, operado por ex-pilotos militares, voa a serviço de uma empresa de exploração de petróleo, e sua função é trazer para Benghazi uma equipe de funcionários de um dos poços desativado pela companhia, no deserto da Líbia, além de dois militares britânicos.

Towns (James Stewart) e Moran (Richard Attenborough) encaram uma tempestade de areia sobre o deserto da Líbia.

Mas, naqueles tempos, antes dos satélites meteorológicos e dos GPS, eles acabam se deparando com uma tempestade de areia e se acidentam, fazendo um pouso forçado no meio do deserto, com o rádio inoperante e sem saberem sequer sua localização exata.
Não parece haver perspectivas de um resgate antes que suas provisões e reservas de água se acabem, e a situação se mostra desesperadora.
E, como não poderia deixar de ser, começam os choques pessoais entre os sobreviventes, cada qual querendo achar sua própria solução.
O dominador comandante do avião, Frank Towns(James Stewart) desprovido do seu aparelho, vê balançar também a sua liderança, apoiado apenas pelo seu navegador Lew Moran (Richard Attenborough).
O oficial britânico Cap. Harris (Peter Finch) pensa utilizar suas habilidades de infantaria para se aventurar a pé, tentando buscar socorro, apesar do pouco entusiasmo do seu subordinado, o descrente sargento Watson (Robert Frasier).
Mas, uma proposta inusitada acaba partindo do jovem engenheiro aeronáutico alemão Heinrich Dorfmann (Hardy Krüger): utilizando partes da avião acidentado, montar uma aeronave menor, com um dos motores apenas, mas capaz de decolar do deserto levando todos os sobreviventes.

O jovem engenheiro alemão Dorfmann (Hardy Krüger) apresenta uma proposta no mínimo arriscada: haveria chance?

À princípio, os pilotos acham absurda sua ideia, mas alguns dos outros vêm isto como uma nova esperança, talvez sua única chance de salvação.
Rapidamente, estabelecem um cronograma de trabalho e começam a tarefa de criar um novo avião, e o batizam PHOENIX (Fênix), em homenagem ao mitológico pássaro egípcio, que renascia das cinzas do seu próprio ninho.
Mas, levar a cabo uma tarefa assim inédita nas condições climáticas de um deserto e com o escasso equipamento de apoio trazido do poço não seria nada fácil.
E logo, eles também descobrem que ficar sozinhos no deserto não é o pior, se a alternativa for encarar as tribos nômades de bandoleiros que vagam pela região em caravanas...
Mas, a produção do filme teve uma história a parte: o PHOENIX foi realmente montado e...voou de verdade!
Nada menos de três aeronaves Fairchild C-82 Packet foram utilizadas nas cenas em voo e em terra, em diversas tomadas.
O C-82 era um grande avião bimotor, onde longas naceles (extensões posteriores das coberturas dos motores) se prolongavam dos motores até a superfície do estabilizador horizontal, na cauda, dotada de leme duplo.

O aspecto de um C-82 semelhante ao do filme.

O truque foi construir uma fuselagem semelhante a uma destas naceles do C-82, montar nelas as asas de um pequeno bimotor Beechcraft C-45 e um motor Pratt-Whitney R-1340, retirado de um monomotor North American T-6 Texan, com uma cabine aberta sobre a nacele, e uma cauda semelhante à parte do avião original.
E funcionou! O aparelho foi batizado Phoenix P-1 e homologado para o voo experimental.
O piloto (e construtor) foi o lendário Paul Mantz, famoso dublador de cenas aéreas e consultor de voos da aviadora americana pioneira Amelia Earhart (veja link aqui).
Bobby Rose, dublê de Hollywood, o acompanhou na mesma cabine aberta.
Infelizmente, no seu primeiro e último voo, após uma série de pousos com toques-e-arremetidas para assimilação das características do aparelho, o Phoenix sofreu uma falha estrutural, com consequente ruptura, e Mantz veio a falecer em consequência do acidente, ficando Rose seriamente ferido.


O Phoenix P-1 em seu único voo. Como seria inviável decolar apenas com os esquis, como no filme, foram colocadas rodas sob eles.

As cenas subsequentes de voo utilizaram uma outra aeronave, um North American O-47, modificado para representar o Phoenix.
Mas, no finalzinho do filme, foi aproveitada uma cena onde aparece o Phoenix original, em seu único voo.
No final dos créditos, aparece uma frase de homenagem a Paul Mantz: “Lembramos que Paul Mantz, bom homem e brilhante piloto, deu sua vida na feitura deste filme”.
A direção e produção foi de Robert Aldrich, e a história foi baseada no livro homônimo de Elleston Trevor.
Recebeu indicações para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição.
A linda canção italiana Senza Fine, sucesso na época na Itália e no Brasil, aparece em uma dramática cena, cantanda por Connie Francis, no radinho transistor de um sobrevivente, vivido pelo ator italiano Gabrielle Tinti.
Curiosamente, o protagonista James Stewart foi realmente instrutor de voo durante a II Guerra Mundial.

Disponível nas boas locadoras, em novas cópias.
Para saudosistas e entusiastas da aviação e de filmes de superação.

Atenção, amigos: esta postagem corresponde a outra da minha querida amiga Suzane Weck, que interpreta a canção do filme, como costuma fazer no seu interessante e nostálgico blog. E, além de me homenagear com esta linda música, ela abre também uma corrente de pensamento positivo para me fortalecer nos momentos difíceis que tenho passado...
Convido-os a visitarem o blog desta amiga, no link abaixo:

http://suzeweck.blogspot.com.br/2012/08/senza-fine.html

Obrigado!

domingo, 12 de agosto de 2012

DOMINGO DE OLIMPÍADAS

Manhã de domingo...
Na TV, a maratona olímpica das Olimpíadas de Londres: +42 km de corrida!
Eu acho que deveria haver uma categoria separada para os africanos e outra para o restante dos terráqueos.
Quando comecei assistir, o que eu vi foi o espetáculo de três seres muito altos, de cranios alongados e pele escura, completamente sós, tendo atrás de si um imenso vazio.
Não pude deixar de pensar se eles não haveriam descido de um disco voador, estacionado em algum parque de Londres.
Dois quenianos e um ugandense correram quase emparelhados, seguindo seu planejamento, até ao momento em que realmente começou a disputa exclusiva entre eles, quando o ugandense Stephen Kiprotich tirou o ás da manga e deixou os quenianos para trás, vencendo a corrida, todo o trio anos-luz à frente dos restantes.

Sereno, Marilson dos Santos chegou em quinto na maratona.
(Foto: AFP, no site Globoesporte.)

Mas, atrás, na competição entre os terráqueos, um sul-africano botava os bofes para fora, e o brasileirinho Marilson Gomes dos Santos assumia a "liderança"!
Vinha sereno, com uma expressão tranquila no rosto, mostrando boa forma. Manteve seu ritmo, mas, no finalzinho foi surpreendido pelo sprint do concorrente americano, que lhe tomou a frente.
Falando sério, foi o quinto colocado entre tantos craques mundiais, mas para mim, foi prata! Outro brasileiro, Paulo Roberto de Almeida, homem simples e emotivo, chorou ao chegar em oitavo no geral. E ainda teve Franck Caldeira em décimo-terceiro.
Três brasileiros entre os quinze melhores do mundo!
Parabéns para os maratonistas! Para quem conhece as dificuldades que enfrentam atletas dessa modalidade, resultados muito gratificantes e significativos.

Meninas de ouro: um desempenho fantástico, 3X1 contra os EUA, conquistando o bicampeonato olímpico! (Foto: Reuters, no site Globoesporte.)

O ministro dos esportes anunciou recentemente uma reformulação nos métodos de seleção de investimentos no esporte amador, direcionando melhor os recursos segundo critérios de meritocracia: investir mais nos talentos promissores emergentes e nos que realmente apresentam progressos e diminuir as apostas nos que apesar de conhecidos, e até famosos, apresentam desempenhos burocráticos...
Tomara que faça mesmo isto!
De passagem: fantástico o desempenho das superpoderosas meninas do vôlei contra os EUA, na final de ontem!
Quando perderam o primeiro set por 25 a 11, pareciam estar naqueles dias de amarelão, mas, quando voltaram para o segundo set, era outra equipe!
Acho que comeram uma lata de espinafre cada uma, como o marinheiro Popeye!
Arrasaram as aturdidas americanas e protagonizaram talvez a melhor partida de suas vidas! Parabéns, leoas de ouro!
E cumprimentos também aos nossos outros surpreendentes medalhistas!

Em tempo: o americano que ultrapassou Marilson no final é, na verdade nascido na Eritréia e naturalizado! Portanto, mais um africano! Assim, promovo Marilson à medalha de ouro!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

DESCULPEM, AMIGOS!



Desculpem, queridos amigos e amigas, pela minha ausência nos blogs de vocês e também em minha própria página.
Fui chamado a encarar um novo desafio, que me tem ocupado com seus desdobramentos.
Mas, ocasionalmente acharei tempo e condições para me concentrar um pouquinho e deixar aqui algumas mensagens e talvez até voltar a comentar as vossas matérias.
Acredito que logo estarei voltando à normalidade, para participar com mais intensidade dos encontros, nesta blogsfera pululante de talentos e amizades que me são muito caras.

Breve voltarei a dar sinais de vida, talvez em matérias bem menos extensas do que me é habitual...
E talvez até visitando vocês...

Abraços sinceros a todos!